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60 anos de um golpe e em 10 já vivi outro

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  Vivi os 50 anos do último golpe militar no meu primeiro ano no Brasil. Para um argentino, ver entrevista a um torturador livre na capa do principal jornal de Porto Alegre, era um absurdo. Nasci no oitenta em Buenos Aires, com três anos vivi a volta da democracia, com cinco julgaram os comandantes da ditadura, com nove Menem indultou eles, com dezesseis a primeira mobilização pelos vinte anos do golpe. Com Kirchner os militares voltaram para a cadeia, julgaram quem não tinha sido julgado, prenderam padre, ex-ministro da fazenda. Mas nunca são prendidas as mil famílias que mandam fazer aos militares, que botam os ministros da fazenda. América Latina é uma grande Casa Grande. Cresci me perguntando como é que a sociedade não fazia nada, diante de tudo aquilo. Era medo? Tive uma resposta sobre isso em Rosario, numa Jornada de Psicanálise e políticas públicas que fui convidado, organizada pela agrupação La Masotta, onde ouvi Emilce Moler , uma das sobreviventes de “La noche de los lápi